AFINAL, O QUE É O 5G?O 5G é a nova geração de internet móvel, uma evolução da conexão 4G atual. A promessa é que ela traga mais velocidade para baixar e enviar arquivos, reduza o tempo de resposta entre diferentes dispositivos e torne as conexões mais estáveis.A quinta geração de internet móvel também promete a possibilidade de ligar muitos objetos à internet ao mesmo tempo: celular, carro, semáforo, relógio. Tudo isso já pode ser ligado ao 4G, mas é esperada uma melhoria na conexão.
O QUE VAI SER DIFERENTE, COM A CHEGADA DO 5G?Essas melhorias de velocidade, tempo de resposta e confiança na rede prometem abrir um leque de aplicações, segundo especialistas.Tecnologias como os carros autônomos e a telemedicina devem avançar com o 5G, bem como a chamada "indústria 4.0" com toda a linha de produção automatizada. Cirurgias feitas remotamente, por exemplo, serão mais confiáveis quando a rede oferecer um tempo de resposta mínimo. É o caso dos carros autônomos. Eles já existem, mas o tempo de resposta do 4G ainda não é veloz o suficiente para evitar acidentes em situações extremas, além de não suportar tantos dispositivos conectados ao mesmo tempo.
O FUTURO DOS SMARTPHONES O 5G também pode revolucionar o próprio smartphone, já que as altas velocidades permitiriam que muito do processamento de tarefas deixe de acontecer no chip do aparelho e passe a ser na nuvem, pegando emprestado a potência dos computadores. O mesmo pode acontecer com acessórios médicos, como pulseiras e relógios conectados.As operadoras geralmente não oferecem acesso exclusivo a um tipo de tecnologia de rede, mas cobram pela franquia de dados utilizada.As empresas, porém, ainda não definiram se haverá reajustes nos preços de pacotes de dados, pois ainda vão levar meses até que a tecnologia esteja disponível. Essas definições deverão acontecer conforme a tecnologia chegue a uma cidade.Será preciso ter um celular compatível com a tecnologia 5G. Em julho de 2022, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) listava cerca de 60 modelos homologados. Há aparelhos partindo de R$ 1,3 mil. Com o tempo, a tendência é que todos incorporem a compatibilidade, assim como aconteceu com o 4G.Os celulares atuais continuarão funcionando nas redes 4G, 3G e 2G – essas conexões não deixarão de funcionar. Por isso, você não precisará de um aparelho compatível com o 5G para usar a internet.Embora o 5G seja muito potente e prometa velocidades maiores até do que as que temos em casa, a tendência é que a rede móvel sirva como um complemento.Para conectar lâmpadas, aspiradores de pó, geladeiras, entre dezenas de outras coisas, o Wi-Fi ainda será a ponte para a internet.A internet fixa vai melhorar independente do 5G. A necessidade de se instalar mais cabos de fibra óptica nas cidades pode acelerar toda a infraestrutura.Desde 2020, algumas operadoras já faziam propagandas sobre o 5G, mas ainda não se tratava do 5G "puro", e sim do 5G DSS (Compartilhamento Dinâmico de Espectro, da sigla em inglês), que funciona como transição entre a quarta e a quinta geração da rede.Essa tecnologia usa as mesmas frequências do 4G e oferece uma velocidade maior, mas não chega a entregar o potencial máximo do 5G.A promessa das operadoras que oferecem o 5G DSS no Brasil é de velocidades que chegam a 500 Mbps. No uso do dia a dia, os valores são menores, mas superam a média da velocidade do 4G (19,8 Mbps).A disponibilidade da tecnologia, no entanto, ainda é limitada: somente alguns bairros de poucas cidades possuem essa conexão.
O QUE SÃO FAIXAS DE 5G?As faixas do 5G são as frequências em que a rede opera. Uma analogia frequente para explicar as faixas são rodovias no ar por onde circulam os dados de internet.É isso o que foi leiloado pelo governo brasileiro e permitirá que as operadoras passem a oferecer a conexão.Ao comprar uma faixa, uma empresa pode fazer a exploração econômica (oferecendo conexão para as pessoas por exemplo), mas também precisa cumprir com obrigações previstas pela Anatel (veja mais abaixo quais são).No Brasil, foram leiloadas faixas de frequência em quatro bandas: 700 MHz; 2,3 GHz; 3,5 GHz e 26 GHz. As principais faixas para o 5G serão:3,5 GHz, que vão permitir conexões rápidas em longo alcance;26 GHz, chamada de faixa milimétrica e que vai permitir as aplicações com tempo mínimo de resposta, mas que exige a instalação de mais antenas por ter um alcance de sinal limitado.A exigência de mais antenas na faixa de 26 GHz e as demandas de cobertura da Anatel são vistas como desafios pelo setor de telecomunicações, pois as regras para a instalação delas são definidas por cada município.A Lei das Antenas, sancionada em 2015, foi criada para facilitar o processo de instalação de antenas de redes móveis.
QUANDO O 5G CHEGARÁ À MINHA CIDADE?A primeira capital a ter oferta em larga escala da quinta geração de internet móvel foi Brasília, no começo de julho de 2022.Algumas cidades chegaram a ter antes a ativação do sinal, em escala menor, como Franca (SP), Uberaba e Uberlândia, ambas em Minas Gerais, em uma faixa diferente da principal.Mas para que todo o país tenha o 5G ainda vai levar um tempo. Primeiro porque não cobre toda a cidade de uma vez: em Brasília, a cobertura começou com 80% da área, por exemplo. Em São Paulo, 25%. E nem todos os assinantes têm acesso ao "5G puro".Isso porque, como apontou o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedra, em setembro de 2021, o 5G vai exigir muito mais antenas do que o previsto no edital do leilão para entregar todo o seu potencial. Por isso, o serviço ficaria restrito a uma pequena área das capitais num primeiro momento.No edital do leilão estava previsto que o 5G deveria funcionar nas 26 capitais do Brasil, além do Distrito Federal, em julho de 2022. Mas isso não aconteceu.O cronograma oficial foi adiado duas vezes pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Primeiro, para 29 de setembro de 2022. A previsão atual é de que o 5G "puro" deverá ser ativado em todas as capitais brasileiras até 27 de novembro de 2022.O procedimento é necessário porque essa faixa também é usada para transmissão do sinal da TV parabólica e o Ministério das Comunicações definiu que a implantação do 5G não prejudicaria as pessoas que assistem TV aberta e gratuita por meio dessa tecnologia de radiodifusão.Quem usa esses equipamentos vai ter que trocar o aparelho por um digital, para não perder o sinal televisivo.Para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo de implantação ainda é julho de 2029. Veja o cronograma completo da Anatel:27 de novembro de 2022: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 100 mil habitantes31 de julho de 2023: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 50 mil habitantes31 de julho de 2024: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 30 mil habitantes31 de julho de 2025: capitais e Distrito Federal e cidades com mais de 500 mil habitantes tendo uma ERB a cada 10 mil habitantes31 de julho de 2026: cidades com mais de 200 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes31 de julho de 2027: cidades com mais de 100 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes31 de julho de 2028: pelo menos 50% das cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes31 de julho de 2029: todas as cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantesNos municípios com até 30 mil habitantes, a agência determina a instalação de até cinco estações rádio base, conforme o tamanho da população. Veja o cronograma para estas cidades:31 de dezembro de 2026: 30% dos municípios com até 30 mil habitantes31 de dezembro de 2027: 60% dos municípios com até 30 mil habitantes31 de dezembro de 2028: 90% dos municípios com até 30 mil habitantes31 de dezembro de 2029: 100% dos municípios com até 30 mil habitantes